15 de dezembro de 2009

Então é natal

Então é NATAL, a festa cristã, do pobre e do rico, do velho e do novo. Tudo bem, é NATAL... Mas, se a festa é cristã, o que dizer aos ateus, aos mulçumanos e aos judeus? O que dizer aos mendigos e aos desempregados? O que dizer da violência, da fome e da exclusão social? De gente que não é gente? Da hipocrisia? Da intolerância? De desafetos que passam o ano inteiro brigando? De patrões que oprimem seus empregados? De pais e filhos com atitudes algozes? De políticos que iludem a população? Mas todos eles, oponentes, algozes e vítimas se confraternizando no NATAL, mesmo que no resto do ano, a falsidade continue.

É duro saber que fomos nós que transformamos nossas festas afetivas em festas comerciais; que fomos nós que educamos nossas crianças para acreditar em um Papai Noel mercantilista; que somos nós que nos desdobramos e endividamos para construir toda essa alegoria. Mas crianças crescem e essa passagem será sempre marcada pelo terrível choque de saber que Papai Noel não existe. É duro, mas não devemos ficar aqui com a sensação de tristeza e revolta. Talvez o NATAL seja apenas um símbolo, uma crença, afinal, crenças são a aceitação de idéias que nos são transmitidas por tradição ou autoridade, geralmente sem a devida apreciação. São elas que transmitem nossos sonhos e anseios para a geração seguinte. São elas que nos impulsionam na busca da felicidade.

Felicidade - um estado de espírito - um sentimento criado em nossa mente. Um estado em que tudo parece se entrosar em perfeita harmonia e coordenação; onde a satisfação pessoal supera toda e qualquer amargura ou aflição; onde somos instigados a praticar as mais nobres virtudes. Quando vem acompanhada de atributos como caridade, generosidade, honestidade, humildade, justiça, tolerância e carinho, ocorre aquilo que chamamos NATAL. Assim, só assim é NATAL.

Assim, só assim saberemos que Ele existe, que ninguém será mais triste, que haverá mais amor. Só assim saberemos que a vida tem sentido e que nós temos significado diante da vida. Que devemos continuar com nossas crenças, nossa fé, nossos sonhos, nossas fantasias e nossa esperança...

Então, NATAL não é só do cristão. È também do ateu, do mulçumano e do judeu. Não é só aleluia, é também humildade. É esperança. Quem sabe seja o lado bom da vida, a nossa infância, a inocência perdida. Então é NATAL, e o que você fará? O ano termina e outro virá...

João Carlos Coutinho

10 de dezembro de 2009

Natal com ideologia

Penso no Natal como criança,
Que nos ensina a ter esperança.

Penso no Natal com alegria,
Apesar de sua fantasia.

Penso no Natal com poesia,
Apesar de sua alegoria.

Penso no Natal com harmonia,
Apesar de ser utopia.

Penso no Natal com simpatia,
Apesar de sua hipocrisia.

Penso no Natal com ideologia,
Apesar de sua essência fria.

Penso no Natal como gente,
Que já plantou uma semente.

Penso no Natal sem revelação,
Que acabem os servos da religião.

Penso no Natal com reflexão,
Que nasçam os ternos de coração.

Penso no Natal sem opressão,
Que haja amor no coração.

João Carlos Coutinho

Agulha placebo

Acupuntura “falsa” supera medicina comum em teste: Um estudo que avaliou a eficácia da acupuntura para tratamento de dor nas costas concluiu que ela não consegue ser melhor do que uma forma falsa desse tratamento, na qual as pessoas são submetidas apenas a picadas superficiais em pontos aleatórios do corpo.

O trabalho, porém, trouxe uma revelação surpreendente: as duas formas de acupuntura, a verdadeira e a simulada, parecem ser mais eficazes do que o “atendimento usual” que pacientes de lombalgia costumam receber. Para avaliar a eficácia de um remédio que vem na forma de comprimidos, o que médicos fazem é comparar seu efeito ao de um placebo - uma pílula de farinha sem nenhuma substância relevante.

O problema da acupuntura é que é difícil alguém fingir que está aplicando agulhas num paciente sem que ele perceba que não está sendo espetado. Só nos últimos anos é que cientistas têm usado a acupuntura simulada - um tipo de “agulha placebo” - para isso. Para distanciar o tratamento ainda mais da acupuntura real, os cientistas plicaram o palito de dentes em pontos longe das regiões tidas como corretas por acupunturistas profissionais. Ninguém percebeu a diferença e, surpresa ou não, o palito de dentes teve a mesma eficácia da agulha verdadeira. Mas susto maior veio quando os dados sobre “atendimento usual” aos pacientes entraram na conta.

Após oito semanas, 60% dos pacientes sob acupuntura real ou simulada tiveram certa melhora, mas só 39% dos outros voluntários relataram progresso. Estes últimos, porém, não passaram por nenhum “atendimento relacionado ao estudo”, só pelo tratamento que o médico de cada um indicava ("em geral remédios, cuidados primários e idas à fisioterapia"). Se, por um lado, a acupuntura real não se saiu melhor do que palitos de dentes, por outro, o teste sugere que autoridades de saúde pública deem um passo atrás para saber o que o “atendimento usual” tem reservado a quem tem lombalgia.

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u564282.shtml

2 de dezembro de 2009

Uma luz no natal

Dizem que no Natal,
Há paz e felicidade,
Então porquê a guerra?
Porquê tanta maldade?

Dizem que no Natal,
Há bastante altruísmo,
Mas é somente máscara,
Camuflando o egoísmo.

Dizem que no Natal,
Exaltamos quem nos criou,
Mas não há explicação,
Para a fera que gerou.

Dizem que no Natal,
Enaltecemos as virtudes,
Depois vem o ano-novo,
E revelamos as vicissitudes.

Dizem que isso é chato,
Dizem que não seduz,
Daí despertar o facho,
Para enxergar a luz.

João Carlos Coutinho